Jackson
Kléper Lago
(Pedreiras, 1 de novembro de 1934
— São Paulo, 4 de abril de 2011)
foi um médico e político brasileiro, filiado ao Partido
Democrático Trabalhista (PDT).
Foi governador do estado do Maranhão de 2007
a 2009, quando teve seu mandato cassado pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). Antes disso, havia sido prefeito de São Luís por
três ocasiões: de 1989 a 1992, de 1997 a 2000 e de 2001 a 2002(este último
interrompido por ocasião de sua renúncia para candidatar-se ao governo do
Estado do Maranhão). Morreu, no dia 4 de abril de 2011, às 17h50 no Hospital do
Coração, em São Paulo (SP), por causa de problemas respiratórios, complicações
decorrentes de um longo tratamento contra um câncer de próstata.
Carreira política
Nascido em Pedreiras, no
interior maranhense, Jackson Lago começou sua trajetória política ainda na década de 1960, participando de protestos contra
a ditadura
militar.[1] Ligado ao sindicato dos médicos, foi
pioneiro na realização de cirurgia torácica no sistema de saúde pública do
Maranhão e lecionou na Faculdade de Medicina do Estado.[2] Em 1979,
ao lado de Leonel Brizola,
ajudou a fundar o diretório do Partido
Democrático Trabalhista, do qual permaneceu até seu falecimento em 4 de abril de 2011.[1]
Prefeito de São Luís por
três ocasiões (1989-1992, 1997-2000
e 2001-2002, quando foi reeleito),
Lago, que conquistou o título de melhor prefeito do Brasil, de acordo com
pesquisa do jornal Folha de S. Paulo,[2] considera a ampliação do número de
alunos das escolas públicas e a melhoria da capacitação dos professores suas
principais realizações à frente do governo da capital maranhense.[1] A gestão Lago em São Luís também foi
reconhecida por avanços nas áreas de saúde, geração de emprego e renda,
segurança pública, participação popular, infra-estrutura, meio ambiente e
cultura.[2]
Lago renunciou ao último
mandato de prefeito de São Luís para concorrer ao governo do estado.[2] Contando inicialmente com a preferência
de apenas cerca de 20% do eleitorado, Lago surpreendeu todas as pesquisas de
opinião e foi eleito no segundo turno com 51,82% dos votos válidos contra
48,18% de Roseana Sarney.[3] Uma pesquisa do IBOPE
contratada pela TV Mirante, indicava que
Roseana ganharia o pleito ainda no primeiro turno. Apenas o Instituto Toledo
& Associados, contratado pelo jornal O Imparcial, previu a possibilidade de haver
um segundo turno no estado.[4] Durante a campanha, Lago apostou no
desgaste político da família Sarney, denunciando fortemente casos de corrupções
envolvendo o grupo ligado a esta. Lago fez seu material de campanha com o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, apesar deste ter declarado apoio público à rival Roseana.[1]
Com apenas cinco meses de
governo, em maio de 2007, teve seu nome envolvido na Operação Navalha
da Polícia Federal,
ocasião em que foi apontado pela PF como beneficiário de vantagem indevida por
meio de seus sobrinhos, Alexandre de Maia Lago e Francisco de Paula Lima
Júnior, presos durante a operação. Segundo a PF, o então governador teria
recebido R$ 240 mil para permitir o pagamento, pela Secretaria de
Infra-Estrutura do Estado, de R$ 2,9 milhões de uma obra da Gautama, empresa
sediada em Salvador.[5] Em razão disso, é réu em ação penal que
corre no Superior Tribunal
de Justiça (STF).[6]
Cassação
Após sua eleição colocar um
fim aos 40 anos de domínio da dinastia Sarney no estado, Lago foi acusado pela
campanha da candidata adversária, já no final de 2007, de cometer
irregularidades eleitorais como abuso de poder e compra de votos.
Em 2 de março de 2009,
o TSE
julgou ação movida pela coligação da candidata derrotada Roseana Sarney e decidiu, em votação apertada,
anular os votos de Lago e de seu vice, Luiz Carlos Porto, do Partido Popular
Socialista (PPS). Em razão disso, Roseana Sarney passou a ter mais
da metade dos votos válidos, fazendo com que o TSE então a declarasse eleita e
determinasse que ela tomasse posse. Jackson e Porto continuaram em seus cargos
até o fim do julgamento de recursos.
Em 16 de abril de 2009, o TSE
confirmou a cassação do mandato de Lago e Porto e ordenou a diplomação da
segunda colocada no pleito. Entretanto, Lago se recusou a abandonar o Palácio dos Leões,
sede do governo. O movimento de resistência ao novo governo recebeu o nome de
"balaiada" (em alusão à revolta que ocorreu no estado entre 1838
e 1841) e recebeu apoio do Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, da Via Campesina, do deputado federal Domingos Dutra
(PT) e do deputado estadual Valdinar Barros. Após a saída do Palácio dos Leões,
Jackson prometeu continuar sua vida política em discurso no diretório estadual
do PDT.
A cassação de Jackson Lago
rendeu um artigo do músico Zeca Baleiro na
revista Istoé com duras críticas à família
Sarney.[7] Para o músico, nascido em São Luís no
mesmo ano em que José Sarney tomou posse como governador, a medida foi tomada
"por meio de manobras politicamente engenhosas e juridicamente questionáveis".[7] Por outro lado, a cantora Alcione apoiou publicamente a volta de Roseana
Sarney ao governo do estado.[8]
Eleições 2010
Em 2010, Lago se candidatou
novamente ao cargo de governador do Maranhão e perdeu. Houve dúvidas em relação
à sua candidatura, uma vez que a recém-promulgada Lei da Ficha Limpa proíbe a candidatura de
políticos condenados em tribunal colegiado, mas o TRE-MA deferiu por
unanimidade a candidatura de Lago.[9] nas intenções de voto.[10] Jackson contestou o resultado da
pesquisa, apontando que o instituto de pesquisa estaria favorecendo Roseana
Sarney.[11]
Família
Lago era casado com a também
médica Maria Clay Moreira Lago, com quem tem três filhos.[1] Maria Clay foi secretária de
Solidariedade Humana durante o governo de José Reinaldo Tavares,
quando do rompimento deste com a família Sarney.
Morte
Jackson faleceu aos 76 anos em
4 de abril de 2011,
vítima de complicações respiratórias, no Hospital do Coração, em São Paulo. Ele
lutava contra um câncer de próstata desde 2004.[12][13][14]
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