O esquema de fraude envolve pelo menos 52 prefeituras, 20 empresas
fantasma e escritório de advocacia. Desvios ocorriam no FPM, Fundeb e SUS
O secretário adjunto de Segurança, Laércio Costa,
prevê conclusão do inquérito sobre agiotagem em janeiro de 2013
|
|
São superiores a R$ 100 milhões os desvios de recursos públicos no
Maranhão. Foi o que informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP). Mas esse
valor pode ser muito mais robusto. “Temos que quebrar o sigilo bancário das
empresas fantasmas para sabermos a movimentação exata. Por enquanto o que temos
é uma estimativa que gira em torno de R$ 100 milhões. Mas esse valor não é
definitivo, podendo ser bem maior”, afirma o secretário adjunto de Segurança
Pública, Laércio Costa.
A SSP chegou a esse valor após as investigações sobre o assassinato do
jornalista Décio Sá, em abril deste ano. “Esse esquema foi descoberto em função
da Operação Detonando em que nós investigávamos a morte do jornalista Décio Sá.
Após o cumprimento dos mandatos de buscas feito na residência das pessoas
investigadas nós nos deparamos com o esquema de agiotagem feita com as
prefeituras aqui do estado”, explica o secretário adjunto de Segurança Pública,
Laércio Costa. Ainda de acordo com o secretário “o esquema tinha como cabeças
José de Alencar Miranda Carvalho, pai de Gláucio Alencar”.
Laércio Costa confirma ainda a existência de pelo menos 20 empresas fantasmas
integrando o esquema, além de um escritório de advocacia. “Nós já temos
confirmadas a existência de 20 empresas fantasmas em nome de laranjas, de
ex-presidiários, além de pessoas que já faleceram. Nesse caso as empresas foram
criadas muito depois da morte dessas pessoas. No esquema também foi encontrado
a participação de um escritório de advocacia”.
Na segunda-feira, toda a documentação foi repassada ao procurador chefe do
Ministério Público, José Leite. “Esses documentos comprovam a pratica de
agiotagem no Maranhão”, observa Laércio Costa. Para investigar a agiotagem no
estado foi montada uma comissão formada pelos delegados Maymone Barros, Roberto
Larrat e Roberto Wagner. Até agora os trabalhos da Polícia Civil já deram conta
do envolvimento de pelo menos 52 prefeituras no crime. De acordo com o
Secretário Adjunto de Segurança Pública, Laércio Costa “Esse envolvimento está
relacionado a documentos, cheques e blocos de notas fiscais. Isso tanto de
prestação de serviço ao Fundo de Participação, recursos do município quanto de
verbas federais (Fundeb e SUS)”.
A previsão de conclusão do inquérito da Polícia Civil sobre agiotagem
deve chegar ao fim em janeiro de 2013. “Os trabalhos estão bastante adiantados,
mas ainda precisamos de tempo para que as investigações possam seguir de forma
muito criteriosa e responsável. Eu acredito que no mais tardar janeiro de 2013,
estaremos com esse relatório pronto e todos os envolvidos indiciados e
denunciados”.